A água que circula,
circundante ás células,
entre membranas e rochas,
fundidas pelo calor do interior da Terra mãe,
salgada ou doce,
como os carinhos,
recebidos em criança,
como a Geologia,
aprendida,
nos bancos de escola,
aquela que vem nos livros,
aborrecida,
longe da família e pouco apetecida,
longe do rio e do mar,
aquela por onde passei o meu olhar.
Aquela Geologia e Biologia,
que me fez preferir pintar sentimentos,
de cores múltiplas,
encontradas na tela,
pelas mãos e pincéis,
lápis e papéis,
escrevo para encontrar nas letras,
o local encontrado nas tintas,
nos vermelhos e laranjas, nos castanhos verdes e azuis,
amarelos e brancos que dão luz,
aquela que vem de dentro,
ou aquela que se observa de dentro para fora
e volta ao nosso cérebro,
enchendo-o de luz,
numa colisão de iões de Sódio e Cloro,
libertados em água salgada,
em lágrimas molhadas,
enxugadas pela luz do sol,
formando salinas,
de água de mar curada.
Elsa Pereira
8-05-2014