sábado, 8 de setembro de 2012

um caso

Discriminação,
neste Portugal,
que um dia foi de todos,
agora de ti vil metal,
que seduzes até as cruzes que se cruzam no teu caminho,
só tenho escárnio e mal dizer,
de ti escarneço, e mais digo a ganância que provocas,
e invocas em teu nome faz-me dizer:
poderá o Humano ser tão desumano,
ao ponto de sacrificar quem esteve três anos,
sem poder trabalhar porque esteve doente?
Porque lhe apareceu cancro,
discriminando este humano e pondo-o a um canto,
sem sequer dar-lhe a oportunidade de trabalhar,
dando-lhe uma esmola que não chega para pagar as despesas,
fazendo-o ser escravo, como se já não bastasse a doença,
o que merecem, que me suicida?
Não porque amo a vida,
mas contra assassinos não luto,
prefiro cuspir-lhes no cucuruto oco,
esse conjunto de prostitutos,
e lutar com as minhas armas,
que não são tiros de carabina,
mas inteligência despida de preconceito,
as minhas mãos.

8-09-2012
Elsa Pereira.

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