quinta-feira, 28 de março de 2013

Percurso, reflexão e condição humana


Atacada nas fraquezas, distraída por preocupações humanas, envolvida, afasto-me da minha linha dos meus pontos, pontilhados em solo arenoso, oportunistas sugam o suco, artistas, seguem os pontos pontilhados em alcatrão, encontro o mar salgado e o azul, esverdeado tudo torna claro, o ouriço que desova nas poças de água de rocha e areia, as pequeninas ou maiorzinhas anémonas com cores que irradiam e pedem o toque de moluscos sem esqueleto interno...escorrego, caio, entre as algas, magoo os pés...e doeem-me as vértebras....lembrei-me! o meu nome é Elsa Pereira, tenho pai e mãe ainda irmã e uma família enorme, pego num pedaço de bacalhau, trouxe couves portuguesas do supermercado, mas podia ter sido do quintal, grão cozido, cebola e salsa e faço o almoço, estou preocupada sim com o que as minhas mãos um dia vão deixar de poder fazer, ou as minhas pernas de andar, ou eu de falar, ou escrever ou pensar...dinheiro não cresce nas árvores....um dia há, outro dia, alguém, oportunista ou não já lhe pôs a mão em cima.

Elsa Pereira
28-03-2013

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