sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Entardecer junto ao Tejo

passeando corpos,
junto ao tejo,
ali ficámos,
olhando o silêncio,
interrompido por momentos,
de emoção,
simples comboio que atravessava a linha,
respeito senti,
em todos os momentos,
carinho e afecto,
neste momento desperto,
para o passado adormecido,
num local onde foi sofrido,
inconstante,
desrespeitado,
embora amado,
passado,
como comboio que se perde de vista,
e logo outro surge e nos mantém,
à tona da vida como luz do sol,
ao entardecer sobre o tejo,
aquele tejo que te ouviu,
lamentos e aflições,
ouve agora certezas e emoções,
claras e lúcidas,
ali sobre águas translúcidas.

Elsa Pereira.
12-11-2012

Cogumelo

cogumelo,
que entre caruma do pinheiro,
despertas para a vida,
libertas os teus esporos,
e morres de seguida,
alimentando a terra,
abres alas,
para nutrir,
quem te alimenta,
e contigo comunga,
a caruma,
que cai seca,
agulhas que protegem,
pinhas,
que foram estróbilos de felicidade,
quando novos,
lançando os seus pólens alados,
trocando sonhos e informação,
genética, pois claro,
para formarem o fruto/semente,
protegido e encerrado na pinha,
que aquece o corpo e coração,
numa noite de natal gelada,
entre sonhos e emoção,
doces, comidos ao pé de uma lareira,
fogueira que dás relevo,
à família, que consomes vaidades,
e despertas união,
em torno de emoção.

Elsa Pereira.
2-12-2012

Working without copying-a message from the artist Elsa Pereira

once upon a time I did a copy from a work of kadinsky, it resulted different from the original, different colours, different shapes, but the first and last try to do something just like another artist, all my paintings are created by myself, without being influenced by another artist or copying another artist work.

14-12-2012
Elsa Pereira

Entre azul e laranja

mar revolto
de sta cruz,
num dia de verão,
ainda, 
não previa Louredo e Évora,
inesperado,
mas sem ser programado,
por Évora ansiava voltar,
ao calor do Alentejo,
aos verdes e castanhos entre laranjas quentes,
aqui rodeada de azul e frio,
de uma vida feita estio,
de águas frias,
que gelam os ossos,
de sal amargurado,
na noite deixado,
ah doce Alentejo,
da encharcada,
das azevias,
e do porco preto,
com os seus secretos,
da açorda de tomate,
ah doces migas com legumes,
que enxugaram queixumes,
doces,
que adoçam a alma,
quando se atravessa o Tejo,
e se antevê da vida,
um solfejo.

14-12-2012
Elsa Pereira.

Passagem por Évora

sempre que passava,
aqui,
entre calçada,
e ía até à sé,
ou aos serviços da universidade,
cidade palmilhada a pé,
porque o centro histórico,
assim o pede,
entre ruas apertadas,
casas lindas,
muralhas antigas,
uma vendedora de castanhas à esquina,
uma livraria com livros sobre tudo,
menos os que não dizem nada,
e um cafézinho no arcada de 2004,
um olhar pela praça do giraldo,
e passagem pelos arcos,
até ao teatro Garcia de Resende,
um olhar pelo jornal,
discussões acesas de pontos de vista,
e todo o tempo a estudar e aprender,
entre os rostos,
poesia,
e telas e ecologia.





14-12-2012


Elsa Pereira

sábado, 1 de dezembro de 2012

Só, sem estar só...


Só,
Mas sentindo a tua presença
Entre nevoeiro,
Por vale disseminado,
Além do rio encontrado,
Penso no natal,
Em como o meu ateísmo,
Dá importância à família,
Sem quezília,
Doce sentimento,
Que reencontrei a teu lado,
Feito feno em cidade achado,
Não lembro,
Ou lembro os meus onze anos,
E o natal,
Que todos,
Com todos, pôs mal,
A solidão de uma vida,
Vivida feito criança perdida,
Reencontrada a teu lado,
Seguras-me os sentimentos,
Tens o dom,
De caminhar ao meu lado,
Mesmo longe,
Entre solidão e multidão,
Sinto-te,
Como senti meu avô muito tempo,
Ali segurando-me a mão,
Sem nada esperar em troca,
Dizendo algo que me faz rir,
Contando-me vivências e histórias,
Da História e da vida,
Dessa amarga vida,
Tal como café amargo,
Que se toma em pé e apressado,
Onde andaste pai que desejei para seis filhos?
Uma vida inteira,
Quando ainda havia esperança de trazer ao mundo,
Uma criança,
Para a amparar,
Com educação e mimo,
Carinho quente,
Que a todos,
Alivia da amargura,
E traz a candura,
De uma manhã de vida.

25-11-2012
Elsa Pereira



chove


Chove
Como água dos meus olhos,
Por sentir,
Que não sei,
Quanto tempo me espera de vida,
Quanto tempo mais,
Ente os demais,
Desta vida,
Sentida e sofrida,
Agora que alcancei a paz,
Esperada,
Entre tudo e nada,
Agora que apareceste,
Amor,
Entre o teu abraço e a tua voz,
Quero morrer,
Tu que me dás paz,
Tu que me fazes dormir em sossego,
Onde andaste a minha vida inteira,
Tu amor,
Que tanto te procurei,
Tu! Pai dos meus seis filhos,
Que nunca tive,
Nem vou ter,
Ah! Sonho inacabado,
Tudo tinhas para ser perfeito,
Não existisse a minha imperfeição,
De querer tudo e todos sem defeito,
Agora só peço respeito,
E tudo amor,
O que me dás,
Muito mais do que ambicionei algum dia,
Encontrar num homem,
Porque mulher não é criada,
Nem amante por um instante,
Nem mãe de quem escolhe do seu lado,
Muito menos objeto,
Que se coloca numa prateleira e se olha,
Se usa e deita fora,
E porque homem não é aquele,
Que nos entreolha e domina,
Mas aquele que nos dá voz,
Aquele que diz que devemos ser melhores,
Aquele que nos empurra para a frente,
E não aquele que nos cala,
Aquele que está ali do nosso lado,
Mesmo não estando,
Aquele que confia,
E em quem confiamos,
Aquele que não nos mente,
E que é crescido ao ponto de ser autossuficiente.
Aquele que nos olha e diz,
Estás feia,
Poem-te bonita,
Fazes isso mal, vês como se cozinha,
Aquele que está ali,
Nos apoia e não nos irrita,
Aquele que é inteligente e nos diz,
Estuda comigo que eu te ajudo,
Estuda comigo e ensina-me,
Aquele que faz e não diz que faz,
Aquele que de tudo é capaz para nos fazer sorrir,
Aquele que desperta o que de bom há em nós,
E não aquele que nos desperta o pior de nós,
Aquele que nunca nos deixa sós,
Mesmo quando não está do nosso lado,
Aquele que sorri, quando gosta de nós.
Aquele que tudo merece,
Enfim, aquele que não nos enlouquece,
Mas estremece,
Aquele que tudo em volta enternece,
Porque sabe que quem está à nossa volta,
É importante e não nos quer ver distante,
Do nosso mundo,
Aquele que enlaça o nosso mundo com o dele,
E faz um universo de um abraço,
De um espaço,
Sem buracos negros ou medos,
Ou preconceito sem direito,
Aquele que nos liberta das imposições das mães,
De educação regrada e ultrapassada,
Mas aquele que a elas serve pães,
Comida e alimento,
Atenção e unguento,
Aquele que não nos revolta,
E respeita tudo à nossa volta,
Que entende e a mão nos estende,
E diz, se quiseres vem comigo,
Quando eu não quiser estar, não estou contigo.
Aquele que não olha só para o seu umbigo,
Aquele que não inveja, o que tens,
E quer ser mais, que a mulher,
Porque homem não tem o dever de nada,
Mas deve ter tudo de mão beijada,
Tal como nos dá, sem em troca pedir nada.

Elsa Pereira
30-11-2012



sábado, 3 de novembro de 2012

Aurora



Brilhaste assim no céu azul descoberto
luz do sol,
que aqueces a alma,
hoje como fazias falta,
num dia escuro,
frio e húmido,
de chuva,
gelada,
relembro a areia fina,
que comprimia,
suprimia sentimentos,
estabelecia,
preconceitos,
ali vazia,
como queria,
viver um pouco mais,
agora que descobri a aurora,
mas o ocaso,
aproxima-se,
ás vezes gelada,
tremo de esperanças perdidas,
mas recupero,
luto,
vivo
e não desespero,
apesar de tudo não me canso,
embora caia à noite,
assim,
pensativa,
em redor de mim,
pensando e elaborando,
algo,
como queria o teu afago na alma,
aquele que acende a luz,
me tira a cruz de uma vida sofrida,
me envolve noite dentro,
dia fora,
e me faz redescobrir a aurora.

Elsa Pereira

4-11-2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

saquinhos em pano cru para preencher de aromas e colocar no roupeiro ou gavetas com desenho original de Elsa Pereira












Exposição de Outubro de 2012













Sorri, faz-me feliz


De ti tenho saudade,
da liberdade que me dás, 
das tuas palavras doces,
esquece as minhas lágrimas,
não lhes dês importância,
são mágoas de infelicidade,
de palavras dos outros,
vive,
os meus sonhos de criança,
fica entre o monte e o montado,
espelhado numa lua de céu estrelado,
somos como duas aves precisamos liberdade,
mesmo no abraço apertado pela noite prolongado,
desprendidos entre palavras,
olha  e fica , vê e olha,
fica ali do meu lado,
mesmo que não te olhe,
sinto-te do meu lado,
fica na saudade do sentimento mostrado,
fica e vive liberto,
não te prendo,
não te prendas,
às minhas lamúrias, aos meus medos,
só os digo, 
para esquecê-los,
para reagir,
para viver e sentir,
livre liberta,
para lutar pela vida bem desperta,
com a mente aberta,
para olhar a vida e enfrentá-la,
fica do meu lado,
mesmo afastado,
mesmo no meu sonho sonhado,
não crio ilusões, 
vivo emoções,
momentos,
entre lamentos para não ouvir,
para esquecer,
não lhes dês importância,
deixa-me chorar,
deixa-me sofrer esta mágoa de uma vida,
tão longa e sofrida,
fica só ali,
dá-me a mão,
mas não me dês presentes,
não tenhas pena de mim,
já de tudo sofri,
de ti quero o teu coração
de ti quero-te liberto,
do sonho desperto,
dar-te espaço nesse abraço,
que pela noite se prolonga, que pelo dia se estente,
e entende,
vai vive,
mas volta,
não receis por mim,
vai tudo ficar bem,
entre a vida e o além,
se eu fôr um dia,
faz uma festa e celebra-a com alegria,
eu vou ir um dia,
espero que sem dor,
sorri e vive e sê,
livre,
liberto de amarras e correntes,
de palavras e lamúrias,
ganha energia,
para enfrentares do meu lado,
o doce pecado,
ah,
bocado de preconceito de uma sociedade, que não vive,
que se julga imortal,
fica ali do meu lado,
mesmo sem ser olhado,
estás lá e aqui,
guardado no meu pensamento,
sorri, vive longe de lamúrias,
para mim não há remédio,
só as lágrimas e o segredo,
desabafam melancolia,
não repares nelas,
são sentimentos recalcados de pessoas que com palavras me magoam,
e nos nossos sentimentos destoam,
são lágrimas por desrespeito,
da ave que sou,
são lágrimas por voos cortados,
são medos da solidão,
agora que te encontrei,
são vontades de te dar liberdade e de te ver feliz,
não me dês nada,
fica só ali do meu lado,
entre o monte e o montado,
num céu de estrelas e lua espelhado,
num universo nosso,
num mundo de vida e de sonho,
fica liberto e sorri,
faz-me sorrir e do meu lado te sentir,
fica na minha vida,
e ignora a minha dor magoada,
fica ali,
segura a minha mão,
faz-me sorrir e sorri,
faz-me de novo sentir criança e confiança na vida,
faz-me lutar,
e deixa-me chorar,
são precisas lágrimas para ver a realidade,
para pensar nela,
e lutar,
para viver e pensar,
estranho pensamento,
este,
mas são mágoas muito sentidas,
são vidas vividas numa vida,
que quero esquecer com um sorriso,
sorri e vive,
e se precisares me esquecer,
e se me esqueceres,
sorri,
faz-me feliz.

7-10-2012
Elsa Pereira

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Poema a dois

Poema a dois

Ideia só para ti,
já a vi por ali,
quase emoldurada
do nosso sonho sonhado,
...
das minhas barreiras transpostas,
com coragem e agrado,

por ter ido ao teu encontro,
neste Alentejo,
hoje molhado,
choveu entre luz e breu,
refrescou a terra e elevou a lua,
subiu as planicies ao nível dos penhascos,
e deles olho a vida,
não quero o abismo,
do eu,
do tu e eu quero ficar,
nas estrelas ou no mar,
do sorriso do teu olhar,
do azul apenas o azul do mar,
terra castanha,
fértil
que me sorris e te dizes,
como eu,
feliz!

17-10-2012
Realizado por Nós

Elsa Pereira.

Num verso, num poema

♥ ♥

Sentir a emoção de momento,
que decorre e não morre,
vive decerto no meu pensamento,
para sempre,
tu e eu,
tu sempre aqui comigo,
eu num lugar bem aconchegado,
a ti pegado,
...
lugar de física quântica,
em que a alma,
se expande pelo universo,
num verso,
num poema,
sem teatro ou cinema,
daqueles sentidos,
e vividos,
umbigos de emoção,
numa vida livre de solidão,
pois vais estar sempre aqui onde existo,
no pensamento,
na alma,
que sinto,
num momento infinito e finito,
daqueles que para sempre pressinto,
na minha alma gravado,
sem ser sonhado,
gravo imagens,
a tua voz,
para momentos,
em que me encontrarei a sós.

17-10-2012
Elsa Pereira

Estado da nação

Alentejo regado
com chuva
é Alentejo encharcado
doce e terno
de gentes diferentes
saudosas e não faustosas
humildes e simples
agora usurpadas e roubadas
sonhos roubados nos seus rostos
sofridos
sentimentos doridos de um povo
que de África tem raízes
deveriam ser-lhes dado trabalho,
sim ordenado equivalente ao trabalho,
sem lhes roubarem mais de metade do ordenado,
sem feriado,
em impostos,
impostos por um estado,
estão a roubar sonhos de uma vida
de um povo que lutou
por este país
ser livre e respeitado
agora escravizado
deixem o povo viver, rir e comer
até o pão
roubam a crianças,
até os sonhos destroem
que querem mais?
pôr-nos na rua de mão estendida
como mendigos de sonhos e de pão
entre a rua e a solidão
sem trabalhar só nos espera
a fome e a loucura
acrescida de pitada de dor,
invento trabalho
mas só apetecia mandar estes senhores,
que tudo isto fizeram
para a profundidade das nossas terras
propor-lhes uma viagem à Júlio Verne
para o fogo da terra,
para o calor do inferno!
Sim porque se havia Paraíso
é por aqui pelas planícies
e cumes de um Portugal que
ao contrário do que se pensa começou no Alentejo.

18-10-2012
Elsa Pereira

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A teia da vida num dia tecida

o dia amanheceu triste,
desesperado e quase acabado,
não apetecia aprender
nem enfrentar a multidão,
apetecia solidão,
guerreei comigo,
entre o ego e o umbigo,
zangueime com a vida,
mas que intriga entre dois eus,
aiiii Deus,
dai-me paciência
lá enfrentei o dia,
fui aprender,
entre nervosismo lá acalmei,
e a solidão,
no meio da multidão encontrei,
trabalhei e uma trama teci,
sim tapeçaria iniciada,
falta a teia,
colorida que lhe vai dar e me deu vida.

Elsa Pereira
12-10-2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Pena não é sentimento para estar com alguém

Hoje olhando o passado 
relembro momentos
como tenho pena de não te dar apoio
agora que precisas,
mas se já amor não é,
restou pena,
não é sentimento que mereça,
ser considerado,
e por ele sacrificar o amor que já sinto,
por alguém que o merece,
e que mesmo que esteja longe,
não me esquece,
não esmorece e dá-me alegria,
aquela que sinto e sentia,
quando ao lado de meu avô quando criança,
cheia de esperança de ser mãe um dia,
caminhava lado a lado,
sem culpa ou culpado,
numa vida,
feita de tagarelice,
partilha e amizade,
sem idade que importe,
pois foi esta a minha sorte,
de encontrar uma pessoa boa,
não em Lisboa,
mas bem além,
alguém como ninguém,
num Alentejo fértil,
de trigo,
pão de uma solidão que já não sinto,
mesmo distante quase como do infinito,
mas que me acompanha e embranha,
nos braços,
e sentimentos,
que a distancia não consegue apagar.

Elsa Pereira.
23-09-2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Poesia num dia importante

Em Lisboa,
nenúfares no jardim do Hospital,
lembram a manhã de alegria,
quando recebi uma excelente notícia,
a notícia de que um dia,
se aparecer um filho,
de mim não vai herdar,
genéticamente,
cancro de mama...
e assim falo de uma forma aberta,
pois quem não tem medo a morte enfrenta,
com verdade e sinceridade



mais difícil é enfrentar a estrada da vida,
calçada que percorri tanta vez doente e desesperada
só ou acompanhada
duas linhas de eléctrico paralelas,
teimam agora em me acompanhar,
duas vidas paralelas separadas pela distância,
lembram a infância percorrida ao lado de quem confiava,
agora confio em ti!





                   



Cabisbaixa olhei a calçada,
e tantas vezes desesperada pensei na morte,
e como não queria tal sorte,
a cabeça levantei e lutei,



E agora hoje depois de uma boa noticia no Hospital,
regresso a casa de comboio,
Ah linha finita de vida de que muitos não se apercebem ser a sua,
pensando-a eterna enquanto dura.




Avista-se o comboio onde embarco,
aliviada,  com esperança sem adivinhar que no dia seguinte,
teria dores que me iriam acompanhar pelo menos até hoje quando escrevo,
hoje quase sem me conseguir levantar,
lá me esforcei e a minha segunda exposição continuei a preparar,
exposição de pintura,
que se afigura,
simples e leve,
"Um voo na paisagem"

Elsa Pereira
21-09-2012






















Porquê?

Porque é que a dor,
da nossa vida tira a cor?
Hoje sinto-me cinza moída,
de uma erupção vulcânica,
forte, sonora e agressiva,
que atira pedras,
para o ser vivo indefeso,
eu cinza,
ser vivo ileso,
dorido sentido e vivo,
Cor onde estás?
Vem colorir a minha vida e telas,
em doces aguarelas,
vem pintar com palavras,
as águas que se avizinham,
neste Outono da vida,
em que folhas caem e cinza se espalha e espelha,
numa centelha de vida,
que recomeça agora,
vem vamos embora,
cores para a tela,
para que eu possa olhar para ela e para ti!

Elsa Pereira.
21-09-2012

Mensagem de hoje da Elsa, dia 21-09-2012

Neste momento estou a preparar a minha segunda exposição de pintura e primeira apresentação de poesia ao grande público, entretanto voltaram dores nas pernas que me impedem de estar muito tempo de pé ou a caminhar, vou iniciar a natação em Outubro, talvez. Começam as aulas que dou como voluntária em Alenquer, Lisboa, Portugal. Dou explicações e apoio educativo a todas as disciplinas escolares do currículo da escola pública de Portugal, ensino básico e secundário, excepto Português e Francês. Espero com sinceridade poder continuar nesta vida mais tempo, porque quando esta acabar não há outra e tento fazer o máximo que a saúde me permite e que a conjectura social e económica de Portugal me permite, pois neste País à beira mar plantado, pouco se apoia pessoas que sejam criativas, apoiam-se sim aquelas que copiam e seguem linhas predeterminadas sem imaginação mas que são rentáveis em termos monetários.Para me sentir viva, pinto e escrevo, agradeço a quem me vai lendo.
Obrigada Simplesmente
Elsa Pereira.

21-09-2012

Vida em lilás

olho,
suspiro,
doce e terno,
momento de espera,
não desespero,
porque te sinto em mim,
mesmo ali,
mesmo quando estás longe,
e estás,
vida em lilás,
fugaz,
dores físicas me incomodam,
mas não me acomodam nesta vida,
acordo,
ponho o pé no chão e a dor é tão intensa,
que lembra um suspiro,
numa treva imensa,
Aiiiii,
coração,
será que aguentas ou não,
analgésicos,
e glucosamina,
olha até aguentares,
sei lá,
é bom esperares por quem te ama,
aquele que não te ama pela rama,
traz alegria no rosto e um sorriso para pôr no teu,
mesmo ao teu gosto,
há melhor analgésico para a dor do que um sorriso?
porquê, agora que te encontrei,
estas dores,
sofrimento sem cores.
Há dias melhores em que esqueço e não esmoreço,
sinto e esqueço,
há outros no entanto em que a solidão agrava,
esta dor que me trava, de estar de pé,
e me faz sentir ardor,
por te rever.

Elsa Pereira.
21-09-2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Acordar

Bom dia...dia feliz,

Acordar,
acordar com um sorriso,
sonho impreciso,
deste-me insónias durante tanto tempo,
afasta-te de mim tu que as provocas,
tu que invocas o amor no teu egoísmo,
de chantagem e inconformismo,
eu quero dormir em paz,
sorrir e ter uma vida que me apraz,
com amor, amizade e sinceridade,
acima de tudo confiança,
e de insónias,
nem lembrança,
quero ainda ter esperança e ter ao meu lado,
quem me ama de verdade,
respeita e é sincero,
aquele que nem sempre o diz mas que sei que sente,
afinal palavras são nadas e diz-se muito mais,
quando nada se diz,
quando se está ali do lado,
a lutar pelo mesmo sonho,
a dar apoio sem pedir nada em troca,
assim é a vida direita e não torta,
é assim que quero viver uma estrada,
de linhas paralelas,
e não ao ziguezague,
estonteada e cansada.

Elsa Pereira.
19-09-2012

Sê e faz

Penso e resisto,
luto arregaço as mangas,
para enfrentar cada dia,
para conseguir fazer algo que queria,
quero, não espero,
e espero mas ao fim de algum tempo desespero,
enfim de tanto lutar e esperar,
por uma oportunidade,
se ela aparecer, faz por a ter,
agarra-a,
com garra e saber,
de aprendiz humilde e feliz,
faz por ti,
produz para ti,
nem que sejam palavras em verso,
nem que sejam ideias no papel,
ou telas pintadas com pincel,
cria para ti,
e pode ser que os outros algum dia,
olhem, vejam,
e te protejam da maldade,
da inveja e da falsidade,
pode ser que encontres quem te compreenda,
quem te entenda,
quem leia o que escreveste e veja o que pintaste,
um dia pode ser que depois de morto,
depois da viagem,
enriqueças de dinheiro os abutres,
que ficaram vivos,
e à custa de cultura morta sobrevivem,
sem ter dado uma oportunidade à carcaça de viver,
com graça.

Elsa Pereira.
17-09-2012

domingo, 16 de setembro de 2012

Preparando exposição de Outubro, na biblioteca de Carregado, concelho de Alenquer







 e o resultado final foi
nós os peixes e a montanha
gouache sobre tela
















e resultou 
voando sobre a paisagem,
gouache sobre tela

"Nunca sei o que vai resultar cada tela é uma experiência nova, é um novo misturar de cores,
um definir de formas que surgem do nada,
que surgem do interior,
do profundo do meu ser"

Elsa Pereira
17-09-2012