quarta-feira, 25 de julho de 2012

Poema a Lisboa

Lisboa,
muitos encantos sentem
por uma cidade que perdeu a calma
ao longos dos anos,
como alma sem pátria,
perdeste a tua história inscrita,
na tasquinha da esquina,
na costureira , modista,
que ouvia o pregão à fava rica,
perdeste a sabedoria dos estudantes,
e as delicias dos artistas,
café da esquina,
que as tertúlias proporcionavas,
hoje nadas,
onde se estudava,
entre uma alheira e uma salada,
hoje vês TV,
e andas alheia a tudo e não vês
os teus pés entre sapatos de luxo,
que antes calçavam chinelos,
como António ou Francisco,
hoje faz de ti o que quiser o rico,
até te mascara de cimento os jardins,
onde antes estudava-se poesia e se lia,
Tu não tens culpa Lisboa,
ainda lembras os teus bairros,
como filhos,
de tuas saias de varina,
já não recebes a comida da campina,
mas sim da usina de uma fábrica,
em Lisboa se mantém o ditado,
bem do povo
"Fui à feira comprar uma vaca leiteira,
cheguei a casa era um boi,
olha muge lá esse animal que em Lisboa comem tudo"
que traduzindo,
não, não tem tradução,
com todo o respeito pelo mero cidadão,
ali senti solidão,
entre transeuntes que não se olham...
que correm para os alicerces,
do cimento.

26-07-2012
Elsa Pereira

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